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Mensagem por Shinju Ter Nov 09, 2021 1:32 pm

Local: Kiri
Tempo: Passado - Sete anos no passado, Maquiavel tem cerca de dez anos. Acontece poucos dias após se recuperar de seu primeiro encontro com Asami Yamato.
Personagens: Maquiavel Jaavas
Tipo: Simples
Detalhes: Essa é a primeira parte de uma trilogia de Fillers que busca desenvolver e apresentar o relacionamento entre Maquiavel Jaavas e seu pai, King. Mostrando um pouco da infância do personagem principal (Maquiavel) no processo.


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Mensagem por Ilusionista Ter Nov 09, 2021 2:28 pm

União entre Pai e Filho: Lâminas de Apenas um Destino (Parte Um)


Cronologicamente: sete anos no passado, Maquiavel tem cerca de dez anos. Acontece poucos dias após se recuperar de seu primeiro encontro com Asami Yamato.

King POV

O alvorecer do madrugada, o sol ainda nem se colocou no céu e, mesmo assim, aqui estou eu. Correndo, suando se ainda tivesse carne dentro de mim. Alguma coisa que me indicasse como mortal. Quase cinquenta, há quem dica que isso é um recorde a ser comemorado quando se é o que sou. Um shinobi, um assassino que goza de uma palavra bonita para chamar de sua. Para mim, isso não é uma conquista ou mesmo algo digno de uma nota de rodapé. Vive mais que minha esposa, há vi desvaecer sob a proteção de meus braços e se esquivar de meus dedos como lágrimas de areia. Existir até esse ponto, e para além dele, devia ser um crime. E talvez seja, um crime - um pecado - que estou pagando até hoje.
O vício é minha punição, o vicio em derramar um sangue que nem mesmo é para meu próprio deleite. Não, enquanto corro em direção a mais uma presa entre muitas, essa verdade se torna clara como cristal em minha mente. Pode ser apenas um momento de lucidez entre meu oceano de loucura ou, quem sabe, é uma loucura entre a lucidez medíocre que se tornou depois de perdê-la. Não importa o motivo, eu sabia que eu estava aqui apenas para servi-lo. Jashin, um deus que almeja a morte mas não aceita sujar as mãos para conquista-la. Um tolo se pensar bem, um covarde mas, em um passado que me sempre é presente, ele trouxe a mim e a minha esposa nosso sonho a este mundo. Maquiavel e, por ele, meu próprio sangue, estou acorrentado a este demônio. A está existência.
- Droga, um beco sem saída... Esse lugar é um labirinto. - Dizia a voz, bem jovem e somente um pouco mais velha do que o motivo de eu me encontrar aqui, Ele se assustava, mantinha seus olhos arregalados enquanto percebia que batia contra outra das inúmeras paredes dessa aldeia. Um beco sem saída, como seus lábios misturados entre medo e raiva tão sabiamente anunciaram. Demorou um momento para que ele finalmente engolisse a verdade garganta a seco e olha-se para mim. O lobo que encurralou a ovelha, seu carrasco. Por um instante, ver seus cabelos loiros tão jovens e de cor tão semelhante ao sol que está por nascer no céu, me faz lembrar com certa tristeza dos dias em que eu ainda tinha alguma honra e não era tão somente um escravo de um deus louco. Meus olhos, naturalmente negros e frios, deixavam escapar algum brilho (alguma emoção) por segundos que logo se perdem em meio a um tempo que não para de correr. - Você vai me matar?! Mas... Mas... Sou apenas uma criança! Apenas nasci com dons errados na hora errada, por favor! Por favor, senhor!
Ele chorava, não em lágrimas mas em suas palavras. Berrava para que algum ouvido bondoso lhe escutasse, pena que os meus não são assim há muito tempo. Observa-o com atenção a medida que ele dessistia de implorar, que a realidade batia na porta de seus olhos e o acordasse. Ele era magro, de roupas que brincam entre cortes e remendos mal feitos. Ele passou a vida correndo como um animal, lutando para conseguir um punhado de carne e moedas de mãos caridosas ou cínicas o bastante para lhe oferecer esse consolo tão breve. Patético, tanto potencial desperdiçado e convicto em se afogar em sua própria mediocridade. Ainda sim, vê-lo com uma bolsa barata que esconde uma espada de metal fraco me fazia levemente me recordar de meu filho e, como uma tormenta incerta, tenho um lapso de bondade com os barcos presos nela.
- Sim, você tem um dom. Mas jamais diga que ele é errado, ruim. Independente do peso que ele lhe faça carregar, ele ti faz único e, acredite em mim, não existe nada pior do que ser um ordinário nesse mundo. Uma memória que pouco sobreviverá as garras da morte, sua foice e, mais importante, a navalha afiada que é a história. Ela trucida aqueles que não tem coragem de deixar sua marca... A ousadia. Você tem uma vantagem sobre o resto de nos, use-a! - Digo, um pouco mais animado que deveria admito ainda que não perdesse minha postura elegante em momento algum. Declarei essas palavras com uma nota de frieza mas não aquela que se acusa o assassino de ter. Não. Aquela frieza, essa calmaria quase assustadora, era movida pela crueza da experiência que só anos de vida - décadas e mais décadas - podem trazer a uma alma. Falava-o como se fosse um conselheiro humilde, quase como um pai que aposto que ele nunca teve, dando avisos para um futuro que estou prestes a roubar dele. Irônico, não? Meus olhos se focam, por um instante estranhamente alto, em sua lâmina guardada querendo indicar, em um silencioso respeitoso, para ele saca-la e fazê-la viva enquanto pode. Porém, em uma inocência e ingenuidade que me faz esboçar um tímido (e saudosista) sorriso antes de sacar elegantemente minha própria espada e coloca-la olhando em sua direção. - Erga sua lâmina, e poderá morrer com honra. É mais do que a maioria de nos consegue, meu caro.  
Seguro minha empunhadura com firmeza, com dedos que conhecem a tormenta que esse mundo pode ser. Apesar de eu ser um assassino, ter massacres em meu nome, minha empunhadura se desenhava em forma de cruz. Em uma forma que, ironicamente, muitos consideravam sagrada. O fio de prata bem lapidado de minha Katana encarava esse infante, educadamente esperando que ele tomasse a primeira jogada desse xadrez de vida ou morte para si. O medo entre suas entranhas, porém, tinha outros planos. Segundos se passaram e, andando com eles, o suor começava a pingar aos montes de sua testa infante demais para se tornar tão franzida como no agora. Dedos e pernas tremem, assustados demais para lutar até mesmo por sua própria carne fedida.
Uma surpresa felizmente ocorre, uma pequena bomba de fumaça corre sorrateiramente de seus dedos para o chão ao meu lado. Um instante se passa e uma cortina logo se cria diante de mim. Olhos irritados, lagrimejam de dor por um segundo que rapidamente tratou de ser esquecido. A visão não era mais minha aliada, apenas um empecilho irritante enquanto ando nessa estrada. Tranquilamente fecho meus olhos e coloco minha espada em guarda, apenas esperando o inevitável. A ofensiva dessa criança, deste animal desesperado. Ouvidos sensíveis, treinados até a perfeição eram os meus, escutavam seus passos lentos e cuidadosos como se fossem o próprio sol batendo em minha cara.
- Bom, bom... Usando fumaça, as sombras, ao seu favor. Pensa como um verdadeiro Shinobi, minha criança. - Dizia com a calma de quem faz isso no café do manhã, com a frieza de quem tira uma alma desse mundo sempre que acorda para um novo dia. As palavras eram sutis, poderiam até aparentar ser um elegante insulto para aqueles que apenas assistiam de fora mas não, era um elogio real. Quase um incentivo para que ele se solte, divirta o máximo possível meu terrível deus antes de cair no sono eterno como todos os mortais estão fadados a fazer. Em resposta, escuto tão somente facas negras (kunais) cortando o vento frio da madrugada em alta velocidade enquanto, de maneira casual, desenho movimentos precisos para minha lâmina planteada e assim reflito todos os projeteis que um dia tramaram contra mim. Todos, ao entrar em choque contra minha lâmina, foram jogados para o solo. Por quanto a fumaça em minha frente se desfazia, meu discurso continuava como se nada tivesse acontecido. Como se tudo aquilo não passasse de uma aula, uma mera demonstração educativa conduzida por mim. - Você sabe usar as sombras, você as adotou para si certamente. Porém... Porém isso não é o suficiente, se você quer realmente sobreviver a este mundo, deve as domar sem dó... Transformar cada um delas seu bichinho de estimação, como eu fiz... Como o mundo me obrigou a fazer.
Abro os olhos, percebo as cinco kunais que ele jogou em mim caídas ao meu redor mas, elas estavam longe de estarem dormindo como se era de esperar. Papeis explosivos estavam anexadas a elas e, com um fino sorriso no rosto, a criança desenhava com seus dedos o selo necessário para todas explodirem de vez. Confiante, a explosão simultânea era seu real movimento neste xadrez de vida e morte. As chamas da explosão eram tamanhas que facilmente alcançaram o céu e queimaram meu corpo sem pensar duas vezes. O calor produzido era muito elevado, quase me fazia (de maneira nostálgica) recordar minha mente do calor que sentia ao seu tocada pelos dedos felizes e teimosos de minha esposa Mai. Entretanto, no fim do dia, a chama criada pelas explosões não era quente ou intensa suficiente para se comparar a ela. O fogo deixou os segundos passarem e, aos poucos, se acalmou. Deixando os céus, meu corpo, e resistindo brevemente em lugares isolados. Uma pena, eu verdadeiramente queria que ele me fizesse sentir algo como outrora ela fez. Como outrora ela sempre fez. Mas, de presente, essas chamas apenas me deixaram uma capa queimada e vestes sujas.
- Você está com receio de usar seu poder... Não devia. Seu poder lhe faz único, lhe dar a chance de não ser apenas uma gota de areia no rio da história. Por que se conforma em seu medíocre? Se você quer sobreviver, se isso não for apenas uma grande e tediosa nota de suicídio, use tudo que tem em seu arsenal. Caso o contrário, seja bonzinho e deixe eu matá-lo logo, sou um homem ocupado para perder tempo de forma gratuita.   - Falava, sem mudar meu tom o expressão serena, mas nada esse garoto que batalhava contra mim podia ouvir. Na idade de Maquiavel, mas não tinha sua mente disciplinada. Faltou-lhe uma mão forte para isso, uma tristeza pois, se ela existisse em sua vida, talvez pudesse ter chance de sobreviver a este encontro ou, ao menos, tornar interessante para meu deus que tudo assiste. Mesmo com medo, assustado como um porco enquanto via que meu corpo (sem nada) resistia as explosões como se fossem brincadeira de criança, movimenta seus braços de maneira frenética (e desesperada) enquanto, em um segundo que logo se esvai, controla as chamas da explosão que ainda resistem nesse cenário e as fortalece antes de, como um jato concentrado, comandar que todo esse fogo se concentre em consumir apenas um alvo: minha face. - Liberação de Fogo: Pederneira de Yagura, técnica de alto nível certamente. Impressionante meu caro, talvez seu sangue realmente seja saboroso para os lábios dele.      
O fogo era intenso, concentrado todo em meu rosto. Como um jato, ele consumia minha pele até sobrar apenas meu crânio nu e cru. Não posso negar a dor que as chamas me fizeram sentir, minha boca sentiu a vontade de gritar por estas dores enquanto a chama cozinhava aquilo que deveria ser minha carne. Trincava os dentes, trincava meus ossos e os acorrentava, sendo meu próprio carrasco se isso significar não bradar os quatro ventos com um berro meu. Não, não farei isso se significa me rebaixar um animal sendo controlado por instintos. Sou racionou, sou superior a estas fugazes sensações. Sei, no fundo da minha alma, que o medo é o assassino da mente. E, tendo essa sabedoria como mantra e gasolina, aceito esse ataque de chamas em um silêncio assustador. Apenas espero, espero até a ultima brasa adormecer.
O que surgiu do fogo não era carne e osso, não, já me despedi disso muito tempo atrás. Somente existe fios negros, fios que passam por todas as minhas partes e é dividida tão apenas pelo meus olhos negros. Culpe o Jiongu, a técnica proibida que permite meros mortais brincaram com os deuses da vida e da morte. Estou acima deles ou, ao menos, estou sempre desesperado para está. Não apenas por mim, essa aberração que mais parece um boneco de pano, não... Era por ele, meu filho e o maior presente que Mai poderia ceder a mim, Maquiavel. Devo protegê-lo da fúria de Jashin e essa, essa forma profana, é a única maneira de eu conseguir isso.  A criança que é minha inimiga, via aquele crânio feito por fios e mais fios, não conseguindo segurar o grito de terror que queima em sua garganta até, sem sutileza, arruinar o silêncio que aqui fez sua moradia. Seu olhar, afundado em medo e confusão, implorava para encontrar um fim e assim, atendi seu chamado.
- O que... O que é você?! Você... Você... é ao menos humano?! - Dizia o garoto enquanto assistia minha katana brindar os céus e, de maneira elegante, descer até seu coração. Uma única direção, de cima para baixo, esse era o corte que deveria fazê-lo dormir para cima. Rápido e indolor, era tudo que poderia fazer por ele. Não esperava que ele entendesse mas de seu coração morto eu precisava. Isso é o que meu deus maldito tanto almeja e ordena. Entretanto, você não poderia fazer isso ser simples, não é? Animais sempre esperneiam na hora de sua morte, sempre. Sua lâmina, podre mas veloz, se colocou na frente de minha ofensiva e a bloqueou com sucesso. Metal contra metal, mantinha pressão, mantinha meus ouvidos atentos ao som de seus músculos se esforçando ao máximo (suando o máximo) para fazer frente a um mero movimento meu. A pressão do golpe, apenas sua pressão, já fazia sua lâmina rachar aos poucos e, com cada nova ferida aberta, um pouco de esperança fugia de seu olhar, - Isso é pesado, esse golpe é muito pesado...     
A realidade finalmente parecia cair em seus lábios enquanto, sem folego e com os músculos de seus braços desgastados, saltava para traz com toda força que ele tinha. Ainda manteve de pé, com dedos trêmulos segurando sua lâmina, teimoso demais para desistir. Teimoso demais para saber qual é a hora de receber uma boa morte. Estava apegado a vida, sob seus feitiços e ilusões, era uma alma infante afinal. Apesar de tudo, de todo o desespero que corria sem pudor por suas veias, ele mantinha o olhar calmo. Pensando em sua própria estratégia, pensando em qual seria seu movimento nesse xadrez que valia (cedo ou tarde) sua vida. Vê-lo assim, trabalhando em sua próxima armadilha, tendo como gasolina a vã e tola esperança de me derrotar, me fazia lembrar de Maquiavel e seus incontáveis planos. Uma mente brilhante e é por ela que estou fazendo isso. É por ele que desço ao nível de ser lacaio de deus esquecido no novo mundo. O ultimo presente de Mai para mim, a única parte dela que resta nesse mundo, esse era a gasolina que me fazia avançar rapidamente contra meu oponente: é por ela o motivo de eu finalmente partir para a ofensiva.
Isso o pegou de surpresa, minha mudança de tática aplicada nesse xadrez. Dessa vez minha Katana não parava de ir a seu encontro, em tantas direções e de maneira tão veloz que parecia que eu tinha múltiplas mãos e braços. Meus passos avançavam gradativamente, roubando mais de seu espaço nesse tabuleiro a medida que ele (com sua própria espada) bloqueava meus ataques enquanto tempo para ele pensar escapava entre seus dedos feito areia. Desesperado, suando horrores, e pressionado, ele somente poderia ir para trás e torcer para não se enrolar em seus próprios pés enquanto dançava o ritmo que eu conduzia. Pernas suplicando, ossos fazendo fazendo barulho, não ia demorar antes que seus músculos o traíssem. Mas, no final, não foi sua carne que assinou sua sentença de morte. Não, foi seu metal vagabundo que quebrou em mil pedaços que ao fez depois de bloquear mais um movimento de minha lâmina.
- Criança, uma lição para sua outra vida, trate sua espada como extensão de seu corpo... Se ela é fraca, mal cuidada, te deixará na mão quando mais precisar... Não muito diferente das pessoas, se pensar bem.  - Falava como se fosse seu professor, com uma serenidade que mais parecia irrita-lo mais do que qualquer outra coisa. Sem sua espada, com braços e pernas no limite, nada poderia salvá-lo de minha espada atravessando seu coração dessa vez. Nada ordinário, pelo menos. O que ele fazia a seguir, o brilho que ele invocava, fazia meus lábios se esticarem de forma doentia. Quase como se fosse um sorriso por finalmente está assistindo algo que mereça minha atenção. O garoto invocava uma esfera laranja, muito parecido com um pequeno sol, entre seu peito e minha katana. Derretendo-a só na ameaça de toca-la. Finalmente ele mostrava aquilo que vir assistir. Com olhos arregalados, quase felizes, pulava para trás enquanto em pouco segundos fazia dezenas de selos de mão. Invocava meu próprio monstro para engolir esse sol rebelde que corria em minha direção como se eu fosse uma ovelha e ele uma raposa sedenta. - Liberação de Água: Técnica do Projétil do Dragão de Água!  
O dragão toma forma, nasce de minha garganta e corre até alcançar a luz do dia. Suas presas são afiadas e seu rosto, perfeitamente estupido, está repleto de raiva. Invoca-lo assim, sem nenhuma fonte de água por perto e dessa magnitude, consome muito de meu vigor. Faz a idade pesar nos ossos que nem tenho mais. Sou apenas um monte de fios agora, uma velha boneca de pano que teimava em ser maior que a própria morte. Ainda cansada, ainda brincando com meus limites como se outrora eu fosse jovem, continuava formar o dragão de água. Um ser imenso, uma estrutura líquida que bate nos céus de tamanha altura. O dragão, agora completo, abria sua boca e mostrava seus muitos dentes enquanto engolia a bola de calor (o pequeno sol) sem mais nem menos. O sol, perante as ondas, esfriou e se tornou vapor.
Vapor. Era isso que ele queria, era isso que se resumiria todos os seus atos até aqui. O vapor denso tomou todo o campo de batalha, roubou a visão de nos dois. O garoto, mesmo sem vê-lo, podia escuta-lo suar. Escuta-lo temer a escuridão que o tomou no agora. Tremendo, o não saber o que virá a seguir era a pior tortura para uma alma em sua situação. Mesmo assim, sua postura interior não mudava, Sempre estava pensando, imaginando quais seriam os próximos passos a tornar realidade nesse xadrez. Aquilo me fazia esboçar um pequeno e sincero sorriso, ele realmente me faz lembrar dele: do ultimo fragmento que resta de Mai nesse mundo. Porém, esse sorriso logo acabou de ser morto. Desaparecer. Na minha existência atual, não tenho tempo para isso. Talvez, eu nunca tivesse.
O garoto que me enfrentava temia a escuridão, temia ficar sem seus olhos. Se acostumou a vida boa de sempre tê-los a sua disposição, eu não. Os fecho de bom grado pois, eu nasci na escuridão. A domei como qualquer outro animal que surgisse a minha frente. Escuto seus dedos se movendo, o tremor deles. O tremor de seu coração acelerado e uso isso a meu favor. Ouvindo sua melodia sei sua posição e como uma serpente, me movo sem que o barulho faça parte de mim. Essa era a arte da Matança Silenciosa sem usada, uma arte que existe há gerações em meu povo. A arte de se mover que nem uma sombra no escuro. Uma faca negra, uma kunai, estava discreta segura em meus dedos. Ciente do que deveria fazer, de sua função como uma boa ferramenta que é, ciente que deve se lambuzar de sangue infante para esta missão está completa.
- Outra lição criança, treine todos os sentidos igualmente, se acostume com a ausência de cada um deles... Numa batalha, tudo isso pode ser tirado de você. Tudo. - Em um piscar de olhos, estou atrás dele, com sua garganta a mercê de minha faca. Falo com ele sem nenhuma milícia na voz, estava calmo e até gentil. As palavras de minha boca saiam quase como se estivesse falando para um aluno meu. Quase como se eu realmente me importasse com ele. A faca em seu pescoço, sedenta por vermelho, começou a percorrer seu caminho. Cortando sua garganta sem cerimônia, em uma linha reta e limpa. Afogada em sangue a lâmina ficava, não era a primeira vez que eu ceifava uma alma tão jovem dessa terra e certamente não seria a ultima, entretanto mais uma surpresa me ocorreu.  Mais uma surpresa arregalou meus olhos negros, quase capturando uma centelha de vida que teimava em existir neles. O que eu acertei, o que cortei a garganta sem dó ou piedade, era apenas um clone de lama que logo tratou de afundar (prender) minha mão (e kunai) em seu interior. Antes que eu pudesse fazer algo a respeito, dizer uma palavra sequer, meu corpo estava tomado por linhas e mais linhas de um selo amaldiçoado. Estava paralisado, como uma boneca de pano, um coelho a mercê da raposa. - Armadilha com Clone, uma boa estratégia... Acho que meus sentidos estão um pouco enferrujados afinal criança, muito bom. Um ponto para você, infante. Deixou-me em um xeque mas... Será corajoso o suficiente para transformar esse xeque em um xeque-mate? Será capaz de sujar suas mãos - sua alma - de vermelho e sangue? Quando se faz isso, se vai por esse caminho sombrio, não há boa ação que o salve. Isso ficará com você em seus sonhos, em seus momentos mais íntimos, ti perseguirá para além do tumulo. Bem, acho que essa é a pergunta de um milhão de dólares não?  Ou devo dizer, a pergunta que vale uma vida?        
Decepção. Sua mente indisciplinada vacila, seus pés vão lentamente para trás. Não havia mais uma cortina entre nos, eu podia ver suas emoções perfeitamente. Seus olhos estão em conflito, a realidade pesava sob ele e suas jovens mãos. Ele as descia, colocava cada um deles para olhar o chão e descansar. Seus ombros, antes confiantes apesar de tudo, ruíam aos poucos. Ruíam em face das dúvidas que sentia. Não me entenda mal, esse garoto era um sobrevivente. Fez muitas coisas para chegar aqui, muitas que mancharam seu histórico, mas nunca algo assim. Nunca algo que tornava seu sangue tão ímpio assim, nunca um assassinato. Tirar uma vida é tão intimo quanto dá-la, agora ele sabia disso. Agora ele sentia seu peso e, diante dele, só surgia angustia. Uma angustia que o consumia.
Lagrimas desciam de sua face, lágrimas que eram feitas para mim. Ele não tinha ideia de como seguir, como sujar as mãos de sangue e continuar o mesmo de antes. Tolo, não há como. Vê-lo chorar em silêncio, assisti-lo em sua própria devastação, me faz lembrar quando as outras vilas ficaram moles. Em nossa cultura, em Kiri, aquele que é incapaz de levantar uma espada e embriaga-la em vermelho não merece continuar vivendo. Sua fraqueza pode significar a morte de nosso povo, dos que têm o luxo de continuarem inocentes. Por sorte, sua hesitação somente irá custar sua própria carne e nada mais. Enquanto o garoto hesitava, perdido em sua moralidade e medo, concentrava calmamente uma eletricidade roxa em minha mão presa e, lentamente, quebrava sua armadilha. Quebrava sua única chance de sair daqui vivo.
De repente, o garoto é tomado pelo instinto mais primitivo de todos. O instinto da sobrevivência. Como um animal, confuso, abandona sua tristeza e colocava no lugar uma raiva salgada. Pressentindo que estou fazendo minha jogada, ele não hesitou dessa vez. Não fraquejou dessa vez.  Sabia que ele estava para fazer um ato que me deixará em maus lençóis mas, percebendo suas semelhanças com Maquiavel, como um bom professor (e pai) não pude deixar de sentir um orgulho do que ele estava prestes a fazer. Meu coração, aquecido por um instante perdido no tempo, assistia maravilhado enquanto ele denunciava seu dom para o mundo em pleno esplendor. Cinco esferas de tom laranja, cinco "pequenos sois", nasceram e circulam ao seu redor. Sois que pareciam respirar, estarem vivos, e crescendo a cada segundo que passa. Crescendo com toda a raiva e medo pulsante que existiam no peito de seu autor.
- Fez sua escolha, viva com ela... Viva pelos minutos que ainda restam criança. Não se arrependa do que fez, não peça desculpas, a vida é curta demais para isso.  - Dizia, calmo como sempre. Um movimento de sua mão e as esferas foram todas contra mim. Não podia me mover, ainda não tinha conseguindo quebrar o selo que me prende nessa posição. A proximidade das esferas, ainda que não tocassem minha pele, era o suficiente para derreter os fios negros que constituíam meu corpo. Derretidos, colocados sob minha falsa pele, apenas dor era o que restava. Gritos e mais gritos desenhavam seu caminho pelos meus lábios a medida que as esferas se aproximavam de mim.  A medida que o braço da morte se aproximava de mim. Esticados, prontos para receberem o corvo que desejava voar para além dela. Não, ela não me levará. Não me permitirei ser pego pelo seu charme e, através dele, ser esquecido. De voz alterada, alta e com um toque de insanidade dirigia mais palavras (palavras animadas) para aquele pequeno garoto e seu exercito de sois. - Você está usando seu dom, o que lhe torna diferente. Único, finalmente. Nada mais justo do que eu retribuir na mesma moeda, não?      
As esferas de calor, a cinco esferas irmãs em tamanho e intensidade, se aproximava cada vez mais e não desperdiçando um segundo sequer. Cada vez que se aproximava um centímetro de minha carne, fechando a lacuna entre nos de maneira paciente e até sádica, a iminência do calor de suas esferas era mais do que suficiente para derreter (corroer) aos poucos os fios que formam meu atual corpo. Isso impedia que os "elos", os fios negros que tornam meu corpo realidade, conseguissem se "regenerar" a tempo. Odeio admitir mas, esta criança, está fazendo em sentir mais do que todas esses anos que passei sem minha amada. O calor dessas esferas, desses pequenos sois se aproximando de minha pele, me lembram o calor de seu amor. O calor do corpo de Mai alinhado ao meu mas... mas no fim isso é apenas uma mera imitação. Esses sois de nada podem chegar perto da chama que foi sua existência. O brilho e, comparado a isso, essas esferas de calor não passam de fugazes brisas contra minha pele. Contra o meu ser deformado.
As cinco esferas estavam quase sob minha pele e eu sentia a dor pulsante de cada fio negro - de cada víscera minha - sendo derretida aos poucos pelo seu calor. Cada vez que isso acontecia, um grito de dor parecia querer explodir meu coração de dentro para fora. Porém, eu não daria a ele essa satisfação. Não mais. Brindava meus dentes, os regia em meio sofrimento, mas não abria o jogo. Não gritava apesar da vontade, apesar do meu instinto ser esse. Sou mais do que um animal, sou um Jaavas, não tenho tempo para isso. O suor pareciam lágrimas descendo de minha testa, rolando por minha pele como uma navalha, mostrando todo o sentimento que renego dar-lhes palavras. O receio de ter a morte me encarando em forma de pequenos sois, o sabor amargo de saber que não importa o que eu faça, não posso domina-la. Supera-la, voar como um corvo para além dela e trazer... Trazer Mai de volta para esta terra como ela é e não um reflexo distorcido do que ela foi. Como uma aberração, como a criatura que me tornei.
Aflito, confuso por trás da minha fachada de seriedade absoluta, uma coisa estranha começa acontecer. Uma barreira de tom roxo escuro se expande de meu corpo e sua energia, solidificada, barra a ofensiva das cinco esferas de calor e, de maneira progressiva, começa a roubar seu espaço e joga-las contra seu mestre. O garoto sobrevivente.  Essa era a técnica da Barreira Expansiva e seu tom e espessura era um reflexo de meu chakra corrompido. Senti-lo, experienciar ele vivo e indo devora-lo, fez a criança que me enfrenta suar frio por um momento e ficar paralisada diante seu avanço. Por pouco, a medida que a barreira se expandia, ela não é esmagada enquanto se encontrava obrigada a recuar até permanecer contra uma parede que estava atrás dela. Sem ter para onde ir, com a barreira se expandido e indo passos largos até seu encontro, seria fácil (até desejável) esmaga-lo contra a parede: esmaga-lo até que se tornasse uma pequena e insignificante poça de sangue e órgãos.   Mas não é assim que Jashin quer, não é assim que o jogo funciona.
- Uma outra lição para você, infante, esteja sempre ciente do seu entorno se não ele poderá ser jogado contra você. Não importa a pressão do momento, se deve está sempre atento a tudo que o cerca: isso pode salvar sua vida ou termina-la. - Dizia calmamente, observando o garoto surpreso por ter uma parede atrás dele. A barreira a sua frente não parava de se expandir e, aos poucos, exprimia-o sem piedade. Seus ossos quebravam e, com eles, seus lábios começavam a gritar. Seus órgãos, seguindo a maré, também estavam sendo exprimidos e esmagados sem cerimônia pela a barreira que não pararia de crescer até consumi-lo por completo. Ao mesmo tempo, com um serenidade (admito) doentia, eu focava em produzir uma eletricidade roxa que teria como foco inicial a Kunai (e mão) presa em seu clone de lama endurecido. Gerava apenas o suficiente para destrui-lo e assim, me livrando dos selos amaldiçoados que me acorrentavam. A corrente elétrica, mesmo com sua força parcialmente contida, era o bastante para atravessar todo o cenário e destruir minha própria barreira. Salvando a criança de ser esmagada até a morte por ela, ao mesmo tempo que o eletrificava com intensidade suficiente para discorda-la momentaneamente.  - Liberação de Relâmpago: Eletricidade Roxa!
Lá estava eu, com a eletricidade roxa focada em minha faca negra, enquanto decepcionado percebo que a criança ficou desacordada com meu ataque. Esperava mais, Jashin não aceita qualquer sacrifício. Fruto de seus desmaios, suas esferas de calor foram embora, todas as cinco desapareceram em um piscar de olhos. Andava até seu corpo, os fios negros derretidos faziam cada passo parecer uma entrada no inferno. Parecia um patinho indefeso, pronto para o abate. No desfecho da batalha, desse impasse, ele é apenas uma criança apesar de todo sua inteligência e talento bruto. Brincava com a Kunai eletrificada enquanto isso, a passando entre meus dedos como se fosse uma moeda, dedos que deveriam está só a carne viva neste momento se eu ainda fosse humano. Apenas humano. Na real, eu estava protelando pois, ao olhar para seu corpo infante no chão, um pensamento tomava conta de minha mente - a possuía com angustia sem dó ou piedade: esse menino poderia ser Maquiavel, poderia ele a está sendo prestes a ser morto aqui... Tanto talento e inteligência mas, se eu pegar leve no treinamento, seria ele aqui. Seria ele morto aqui, o ultimo pedaço de Mai nesta terra estaria perdido de mim. Não posso deixar isso acontecer, jamais.     
O garoto desperta, levanta-se com urgência. Posso ver seus olhos escuros bem pela primeira vez e, por artimanha do destino, seu tom de ébano lembrava a mim sobre o meu filho mais uma vez. A semelhança entre eles era perturbadora. Podia sentir toda a raiva em sua expressão pálida distorcida e, mais importante, podia reconhecer o medo que se camuflava por além dele. Eu tinha esse mesmo terror antes de me tornar essa criatura feita de fios negros sem fim, o terror da morte. O receio do iminente esquecimento diante do tempo. Isso é o que fez levantar, ficar perante meu avanço felino e matador. Foi a teimosia de não perder sua vida, agarra-se sua pequena e miserável existência, que o fez jogar sua ultima carta na mesa. Seu curinga. Munido de um sorriso psicótico, que se perdeu entre a audácia de um cavaleiro e o susto absoluto, fez várias esferas de feitas de calor - dezenas delas - surgirem de repente e cercarem seu corpo por completo. Cumprindo todos os ângulos possíveis, esses "pequenos sois" orbitando seu redor eram sua derradeira defesa. A sua defesa absoluta.  
Seus sois, suas dezenas delas, cobriam todos os ângulos de ataques possíveis enquanto dançavam em torno de seu mestre. Eu corria em sua direção, mesmo que cada passo que fazia não havia de se perder em pressa ou desespero. Pelo contrário, meus passos eram casuais. Dignos de uma aula de baile tamanha eram sua precisão e quietude. A kunai cercada de eletricidade roxa era lançada contra meu inimigo, o menino que apenas sorria ao ver tomando minha ofensiva tomando forma. Mostrando seus dentes como um tubarão, ele estufa o peito sabendo que aquilo não seria o suficiente para detê-lo. A emoção, a tão desejável vitória, estava a alcance de seus dedos: bastava ter coragem, coragem para estica-los.
- Técnica do Clone da Sombra de Kunai - Exclamava pelos meus lábios de maneira serena, fazendo questão de anunciar meu próximo movimento neste xadrez por curiosidade de ver como essa criança - essa criança tão parecida com meu próprio filho - lidará com um ataque tão direto assim. Me pergunto, no meu mais intimo momento e silêncio, se Maquiavel seria capaz de escapar de algo assim. Se o treinei para ser alguém que sobrevive a crueza do mundo, para ser um homem do qual Mai se orgulharia. Fazia os selos de mão de forma tão veloz, tão fugaz ao vento, que mal dava tempo dos olhos do garoto registrar nem sequer a sombra deles em seus olhos negros.  Essa técnica é uma criação minha, cozinhada em meus anos de juventude quando ainda estudava as proeza do grande Terceiro Hokage. A faca negra que lancei, em um instante perdido no tempo, se tornava dezenas de projeteis. Projeteis cobertos da mesma eletricidade roxa da original e, mais importante, projeteis que não esqueciam seu objetivo mesmo na multidão. O infante abençoado com a Liberação de Calor. Abençoado a não ser esquecido pelas cruas areias do tempo, se tiver ousadia para tanto. - Confiança demais, orgulho demais, pode levar até o mais poderoso guerreiro ou rei a ruina... Não esqueça disso, jovem alma.  
Meus conselhos foram um gasto de saliva inútil, entraram por um ouvido e saíram por outro. Mesmo com meu alerta. ele se recusa a se mover. Embriagado na própria soberba, acredita que sua defesa de múltiplos sois, múltiplas esferas de calor ao seu redor, será o suficiente para deixá-lo a salvo de minha artimanha. A tolice da juventude é um luxo que já levou muitas almas para o outro mundo, incluindo alguns amigos meus. Eu a reconheço de longe em seu sorriso largo, em sua face zombeira diante minha experiência de vida. Porém, não se preocupe, não cheguei até aqui perdendo a cabeça por besteira como essa. Ele ri de mim, de meu ataque que não perde tempo cortando o vento como uma navalha perfeitamente lapidada, mas me mantenho calmo. Me mantenho como a raposa velha que sou. Envelhecer em minha profissão é uma dádiva conquistada a sangue e fogo.
Facas negras correm contra o vento, indo em direção ao corpo infante daquele que doma uma boa dezena de sois em seu entorno. Elas estão ansiosas pelo seu sangue, afiadas como nenhuma outra lâmina sonharia em estar. Ainda sim, por mais bem lapidadas que fossem, de nada seu metal caro adiantou diante as esferas de calor que se encontravam ao redor desta criança de olhos de ébano. As facas derreteram ao seu encontro, a um liquido de cor prata se resumiram perante o embate contra sua defesa absoluta. Derretidos, como lágrimas de fogo aquecidas, choram e batem sob o solo que nos sustenta em questão de instantes. Kunais, outrora tão imponentes e voando em sua direção, agora não passava de uma "água planteada" sob um chão sujo. Imundo.
Ele ria, não sabia dizer que era de alegria por está me vencendo neste xadrez ou se a sanidade só o estava abandonando no auge de nosso jogo mas, logo esse menino via que não tinha razões para isso. Engolia a seco, assistia sua própria garganta queimar como se ela tivesse acabado de viajar pelas chamas do inferno, quando notava que a eletricidade roxa que existia nas lâminas (agora derretidas) ainda persistia. Teimosa como seu mestre, a eletricidade roxa órfã de uma lâmina continuava perseguindo seu alvo enquanto tomava a forma semelhante a de uma teia de aranha. Percebendo isso, mesmo que o silêncio ainda fosse o rei de seus lábios rachados, podia sentir seu coração bater mais rápido: render-se, como um animal qualquer, ao doce néctar do desespero e insanidade.
Liberação de Terra: Parede do Estilo Terra! - O garoto brindava ao ar suas palavras que tentavam, em vão, manter a auto ilusão de que ele estava no controle de seus nervos enquanto, em movimento ágeis, fazia uma pequena mas eficiente sequência de selos de mão. Nada que meus olhos negros não pudessem acompanhar, era quase como assistir um filme em câmera lenta para mim porém, não posso tirar todo crédito dele: é uma boa técnica para mãos tão jovens saber moldar. Instantes se passaram e, ao seu comando, a terra a sua frente começou a se mover. Viva, o chão "cospe" uma parede que logo sela o caminho entre o ataque elétrico e o sabor tão jovem da carne desta criança. Ele fez uma muralha a sua frente, uma que facilmente corta os céus dessa madrugada sem nuvens ou testemunhas. Com um gesto ele ordena que suas esferas feitas da Liberação de Calor se afastem, não querendo que elas prejudicassem sua defesa de terra. Confiante, o garoto permitiu que a parede fosse sacrificada nesse xadrez contra meu ataque de eletricidade roxa. Funcionou, a ofensiva não a penetrou, ainda que a construção se encontrassem com diversas brechas após isso. - Bom movimento porém, velho, longe de ser o suficiente.       
O fiz se afastar de suas esferas. mantê-las ao mesmo tempo que Parede do Estilo Terra era impossível, o intenso calor acabaria por prejudica-la. Exatamente como calculei. Não posso vê-lo por trás dessa muralha mas, como todo jovem, deve está embriagado demais com o momento para ver claramente o futuro. O Horizonte. Ele parava um pouco, para pegar um pouco de ar e se vangloriar, enquanto meu plano não parava de se movimentar. Movimentar-se como uma serpente por meio desse tabuleiro. O metal aquecido, o mesmo que outrora eram as Kunais que se lançaram contra suas esferas de calor, continuavam a se arrastar pelo solo enquanto toda essa cena se desenrolava. Não demorou para que ela sutilmente atingisse a muralha de terra e, pelas brechas que minha ofensiva de eletricidade roxa deixou, transbordar para dentro. O metal líquido e quente ameaçou os dedos do garoto, pegando-o de surpresa enquanto se recuperava. Forçou-o, assim, saltar instintivamente para cima no intuito de evita-lo.
- Liberação de Água: Colisão da Onda de Água! - Sem selos, um vórtice de água que se dividia na linha tenûe entre a calmaria e tempestade, toma conta de tudo em minha volta. Separado de seus sois, de suas esferas de calor, que não era rápidas o suficiente para segui-lo uma chance surgiu, Uma chance de acabar com essa brincadeira aqui e agora. Solitários, as esferas feitas de calor rapidamente se esfriam diante da imensidão do tornado de água que conjurei para esse campo deserto. Rapidamente seus sois, antes tão quentes e perigosos, não passavam de mais uma memória a ser engolida por minhas ondas. Seu mestre, o garoto dos olhos negros, lutava mas, no fim, a força bruta desse ataque de água o engolia e a pressão que ele fazia era tamanha que eu poderia jurar escutar boa parte de seus ossos quebrarem em uma tacada só.
Ossos quebrados, lábios enfogados, se eu quisesse ele morreria neste instante porém, não era assim que meu senhor e capataz desejava. Jashin só queria o melhor para si e, como um bom servo, preciso garantir que esse garoto é da melhor safra. O melhor vinho entre os milhares que eu poderia escolher, Sendo assim, com tão somente um olhar, fiz o tornado se desfazer e sua água cair sob esse solo amaldiçoado.  Sob meus pés, há a vida que acabei de salvar. O menino dono de dom que teme usar, aquele que com a Liberação de Calor poderia ter sido mais intenso que o próprio sol que banha nossas cabeças. Tolo, preferia ser esquecido, varrido pelo tempo tendo, em seus dedos, o ouro para que brilhasse para sempre. Uma decepção.
Sua muralha havia sido completamente obliterada pelo meu pequeno ataque e, ainda sim, acordado ele engatinhava até lá. Em seus olhos encontro dor, pequenas lágrimas que traduziam todo um sofrimento que seus lábios se recusavam a dar o luxo de seu oponente saborear. Isso exige disciplina, é algo que respeito muito embora apenas o assistisse rastejar inerte. Curioso para saber se isso era tudo que ele tem, o comtemplava como um cientista contempla um rato correndo como um ignorante pelo labirinto. Esperando por alguma surpresa, algo digno de nota, mesmo sabendo que é muito provavelmente uma perda de tempo.  
Ele queria distancia de mim, era obvio que isso fazia parte de um estratagema. Uma derradeira carta que ele ainda tinha por baixo de sua manga. Eu poderia mata-lo aqui, poupar seus joelhos de se ralarem em carne viva enquanto o garoto teimava em se arrastar. Em seu caminho, logo atrás de cada movimento seu, um rastro de sangue permanecia. Já havia perdido muito deles, muitos litros de seu éter vermelho, não aguentaria mais do que um punhado de minutos antes de ser devorado pela escuridão. Por um momento, um instante de fraqueza de meus olhos frios, pensei em encerrar sua existência no agora. Poupá-lo de Jashin, de morrer como um mero cão na estrada. Talvez, fosse sua semelhança com meu filho turvando os pensamentos ou, quem sabe, o bombardear do antigo eu que foi outrora amado por Mai. Porém, no desfecho, isso não importava. Eu e minhas vontades deveriam ser sacrificadas pelo meu deus... Pelo meu dever de protegê-lo (Maquiavel) das correntes que um dia essa divindade enrolou em minha carne e osso.
Esses pensamentos, eles traíram minha atenção por um segundo que mais parecia um filho da eternidade em si. Perdido em mim mesmo, em dúvidas e medos por baixo da crueza de sempre, sou surpreendido quando - distante de mim - o garoto de olhos de ébano, com seus dedos em carne viva e dedos que gritavam a cada ato que desenhavam nesse ar, faziam selos com uma única. Uma prova de habilidade que assinava que essa "viajem" no foi uma perda de tempo afinal. Ele me observa com determinação, com uma chama em seu olhar que por muito tempo esteve ao meu lado na figura de Mai. Ela e esse infeliz infante guardam em si uma teimosia irmã. Um sopro de alma que vendi ao diabo há muito tempo. Após uma longa respiração, meu oponente lançava um poderoso e continuo jato de vento contra mim a partir de lábios tão secos quanto o deserto.
- Liberação de Vento: Ruptura... Bom, bom para seu nível. E usada de maneira continua? Isso é novo. Muito bem, criança. Pontos para você. - Dizia calmamente contra o vento, alto e firme o suficiente para roubar a atenção de suas orelhas apesar de tudo. A ventania é forte, centralizada e desesperada. Esse sopro leva quase tudo de sua força que restava em seus músculos. Trazia os sopros da mudança com ela, ou assim, seu mestre ansiava. Logo me vejo contra uma parede, contra todo esse vento que, de tão forte e brutal, cortava um pouco de meu traje. Entretanto, meus pés que estavam sob a água de antes (feita pela minha própria técnica de outrora, Liberação de Água: Colisão da Onda de Água) era o real alvo dessa jogada de xadrez. Todo esse vento era uma distração... uma gasolina para o que vinha a seguir. Centenas de Papéis Explosivos surgem da terra em que piso e abraçam com tudo minhas pernas. Explodindo-se todos de uma vez um pouco depois de reconhecer sua técnica. Reconhecer o que estava nas entre linhas todo esse tempo. Ele havia se preparado antes, planejado toda essa cena com esmero, colocado esses papeis explosivos por baixo dessa terra antes de vir me encontrar e usando a água de meu mais recente Jutsu para camuflar seu movimento com perfeição. Finalmente, sob a luz de centenas de explosivos prestes a serem detonados, percebi a verdade: nessa caçada ele era o gato e eu, eu era o rato. - Essa é a técnica do Estilo Fogo: Formação de Chama Explosiva...  
Um instante se passou e, se eu ainda tivesse nervos e carne, sentiria uma dor que não cabe em palavras. Meu corpo foi partido ao meio, literalmente minhas pernas e a parte tronco voaram para o outro lado da sala. Não os sentia, estavam longe demais para chamar seus fios negros até mim. O que me restará era minha outra metade, apenas a metade de um homem. Onde deveria haver sangue, o vermelho cobrindo esse chão sem apresentar pudor algum, havia apenas esses fios negros de um boneco de pano espalhados por todo canto. Sem forças para se mover, estavam inertes e dormentes, apenas esperando o destino que deveria ser comum a todos: de plebeus a reis, a morte sempre está lá. Sempre estará.   
Não, eu me recuso a aceitar esta arbitrariedade. Já perdi tudo para essa senhora, a morte, para parar aqui. Ela me tirou Mai, meu mundo, de meus braços. Destruiu tudo que mais amava, sem motivo ou dignidade, ela apenas fez para saciar seus caprichos. Não, não deixarei meu filho sentir novamente o vazio que isso trouxe, a sensação de perdido que isso nos leva. Não! eu não morrerei aqui, em meio da poça de fios sem fim. Livrei-me da carne, do sangue fervente, me reduzi a tão somente um boneco de pano falante, para escapar disso. E assim o farei.
De estomago para cima, sentindo uma dor que parece perfurar todo meu corpo e se recusar a descansar, viro-me para diante do chão destruído que me cerca. Bato de cara no chão, vendo de perto a sujeira que fizemos em cada ladrido desta estrada. Como um rato, começa a rastejar por entre a poeira. Rebaixo-me ao nível dos animais apenas para sobreviver... Não, era por mais do que isso, ia por além de meus desejos egoístas de permanecer nesse mundo até que o mesmo se reduza a cinzas. O que me movia, de verdade, era a intenção de nunca deixar Maquiavel - a ultima parte de Mai que sobrou nesse universo maldito - sozinho e a mercê da fúria de Jashin. Tenho que viver para prepara-lo, para treina-lo, para o dia que essa fúria retornar para tomá-lo.  Munido desse pensamento, mesmo em meio a imundice, meu olho negro é capaz de brilhar. Forçando-me por além da dor, afundando meus moídos braços em terra, começo a engatilhar para longe de meu algoz. Ele, sendo quase um mensageiro da própria morte ou, quem sabe, de Jashin; apenas ri. Ri durante cada passo que meus braços davam, ri porque sabe que em um momento minha força se esgotará. Ri, acima de tudo, porque sabe que é inevitável... sabe que minhas braçadas são apenas o debater de um peixe fora d´água: frenéticas, bravas mas, ainda sim, vãs. Completamente vãs.

- Esse é o Senhor dos Cinco Elementos, ele está aos meus pés. Está fugindo com o rabo entre as pernas, um rato como é. Arrogante demais para saber que não é o gato nessa caça.   - Escuto ele aclamar, caminhando devagar até que a abertura entre nos se reduzisse a praticamente nada.  O garoto parecia saborear a situação em que estamos, sem pressa em se deleitar em sua vitória iminente. Em seu rosto havia um sorriso, não descarado mas sim, sutil. Como se tudo isso já tivesse sido escrito por ele, que agora ele estaria calmante apenas lendo o roteiro que fez e desenhou com tanta maestria. Bem, em uma coisa ele está certo, não tenho mais tanta força. Simplesmente correr, esperar que algum deus venha meu resgate, é uma estupidez. Volto minha cabeça aos céus, ao sol quente que ameaça minha pele feita em fios negros. O calor desse sol natural, intenso e ainda sim sereno, recorda-me o toque de minha amada Mai, É interessante, no fim, eu lembrar dela.  Do meu inicio. - Já está olhando para o céu, praga? Sabe... Acho que você vai para o inferno. Deixe eu lhe dar um "gostinho" dessas chamas antes de chegar lá. Liberação de Calor: Joia Ardente!       
O garoto de olhos de ébano levantou suas mãos para frente, deixando suas palmas abertas e relaxadas como se estivesse fazendo um sutil alongamento. Através desse gesto ele invocou dezenas de "pequenos sois" que circulavam entre eles próprios antes de serenamente se agruparem e formarem uma imensa bola de calor de tom avermelhada. Eu havia conseguindo o que vir buscar, estou de cara com seu maior trunfo nesse jogo. Tudo foi bem pensado, ele me arrancou as pernas para atrasar minha locomoção... me prender em só canto, um que eu não pudesse escapar de seu ultimo ato nessa peça. Liberação de Calor: Joia Ardente. Era o que eu tanto queria ver e agora, a realidade vem cobrar o preço de meu saciado desejo.
A esfera de calor estava diante de suas mãos e só sua mera proximidade com meu corpo de pano faz seus fios se derreterem como nunca. Eu sentia isso, cada fio indo até as cinzas, era como um milhão de cortes em todos os lugares e aspectos de minha alma. Cortes sem pressa, que faziam o que podiam para abrir mais e me perfurar cada vez mais fundo. Isso só piorou enquanto ele comandava que sua imensa bola de calor se aproximasse de mim - me espremesse contra o solo e derretesse cada fio visual que fazia meu corpo ser como é até não sobrar nenhum. Nisso, como um tiro sádico de piedade, ele deixa meu coração por ultimo: derretendo-o até se tornar uma gosma qualquer nesse chão maculado.
- Xeque Marte, velho maldito.  - Ele sussurrava para si mesmo, em meio ao a embriaguez de seu próprio orgulho, enquanto pisava com desdém na poça que outrora foi o meu coração. O garoto estava ofegante por ter usado quase todo seu chakra mas pronto para ir embora quando ouviu algo cavando a terra há alguns metros deles. Ela meus outros quatro corações, quatro máscaras que tinham se escondido por baixo do solo através do Estilo Terra: Técnica de Esconder-se Como uma Toupeira e lá ficado até essa ultima cartada de meu inimigo ser lançada. Fiz esse movimento nesse xadrez no momento que estava olhando o céu, lembrando de Mai... Lembrando do motivo de eu ter me tornado essa coisa em primeiro lugar. - O que é isso?!  
As quatro máscaras, cada um de uma cor diferente, logo o cercaram. Elas tinham todas o mesmo corpo, o mesmo desenho. Eram criaturas altas e robustas, construídas por fios negros em toda sua extensão. Sem dedos, apenas punhos fechados e ausentes de sentimento ou vida, eles caminharam até meu mais recente algoz. Lentos, mas eficazes não tinha como escapar de sua sentença. Mesmos sem lábios, tendo apenas máscaras em sua face, eram juízes que gritavam seu veredito a ele: que ele foi coordenado a um destino por muito além que uma simples mortes. As máscaras e seus corpos saltaram nele e, antes que pudesse rebater sua guarda e imerso na surpresa, o espancaram com seus punhos negros repetidas vezes. Uma centena de vezes se fez antes que os punhos cessassem e, machados de vermelho, revelassem a criança outrora confiante aos seus pés. O rosto estava desfigurado, seus braços e pernas quebrados até onde mesmo o melhor médico de nossa aldeia duvida que conserto seja possível, como resultado do espancamento que ele sofreu das quatro máscaras de pano. Enquanto isso acontecia, de longe, apenas um comentário calmo e regrado saia de meus lábios novos:
- Criança, tome sua lição final: o Corvo não morre... Não mais, nunca mais.
Dizia isso enquanto as máscaras retornavam ao meu corpo, ou melhor, o que restava dele. As pernas que ele (o garoto de olhos de ébano) decapitou com uma de suas ofensivas e jogou para longe. Restava o suficiente de meu corpo para os fios negros que constroem a forma humanoide dessas máscaras serem o bastante para reconstrui-lo. Fio a fio, como um boneco de pano, as máscaras entravam em mim e desenhavam a metade do corpo que me faltava. Braços. Peito. Rosto. Lábios. Como um artesão, com suas próprias mãos, os fios negros fazem um novo receptáculo -  corpo - para mim. Os fios negros estavam sob meu comando, a mercê da vontade daquele que superou a própria morte em si.
- Acho que precisará disso, senhor. - Em um instante Ebern, o homem de cabelos dourados e olhos verdes dignos de uma floresta, surge ao meu lado. Seu tom de voz era respeitoso, quase servil, enquanto me entregava roupas para vestir meu corpo de fios negros nu. Me vestia de maneira rápida, eu tinha um compromisso a cumprir. Nada de minha vestimenta era diferente da que eu usava originalmente, o que estava sob meu corpo era muito mais do que um traje. Era um marca, um aviso, de que estão lidando com o Corvo Superior. Curioso, indagado por minha aparente pressa, o menino de cabelos loiros deixa escapar uma pergunta de seus lábios pálidos e gelados. - Qual o motivo da pressa meu senhor? Esse usuário da Liberação de Calor não vai a lugar nenhum por um bom tempo. Não há motivo de apressar o ritual.

- Há coisas mais importantes que o ritual e, de toda forma, ainda não chegou o tempo dele. Não, é outra coisa. Preciso conduzir o treinamento diário de Maquiavel e que tipo de pai eu seria se chegasse atrasado no treinamento de seu próprio filho? - Dizia calmante já todo vestido e dando as costas para Ebern. Ele não me respondeu mas, pude ouvi-lo engolir a seco o que acabei de dizer. Ele não vê Maquiavel com bons olhos, ele o inveja. Mas, não tenho tempo de ser o psicólogo deles.  Apenas começava a andar, calmamente e de maneira casual, para longe dessa cena de guerra e para direção a minha mansão. Como lembrança, palavras jogadas e arrastadas ao vento, deixava uma ultima ordem para Ebern. - O usuário da Liberação de Calor, como mesmo disse, ainda está vivo. Leve-o e prepare-o para o ritual. Faremos está noite, quando a lua estiver mais alta. Ah, claro, mande seus subordinados (por gentileza) limparem essa cena. Seria um desgaste desnecessário ter que explicar essa confusão para o Mizukage...  
...
       
Maquiavel POV

Parecia uma eternidade que eu não usava minhas pernas. Elas doíam como o inferno sempre que eu passo eu tinha que dar. Eu respirava fundo, sabia que o sofrimento é opcional. Meu foco estava no agora, na sala que já tinha visto meu sangue antes. As luzes, diferente de seu costume, estava acesa. Para meu azar silencioso, havia um novo turista a lidar em minhas terras.
Não, não era Asami. Era um adulto, com uma barba castanha mal feita. Seus olhos, tais como os meus, dispensavam emoções. Eram frios, suas mãos limpas não estavam. Éramos dois matadores na mesma sala... Perdoe pai, esqueci de o incluir na contagem. Você era nosso juiz, o carrasco que agia através de mim.  
Não desejo saber seu nome, tornará meu dever mais pesado de ser feito. Apenas o via tomar distância de mim, um arqueiro com três flechas em sua aljava, com três chances de me mandar para o outro mundo. Enquanto ajeitava o arco, coloquei uma venda vermelha em meus olhos. Apenas acatei ordens, apenas deixei a escuridão tomar conta. Sua voz pai, sua voz era a única coisa que arranhava sua casca.
- Um de vocês sairá morto daqui, o outro levará glória ao seu nome. Comecem!
Ele exclamava antes de se tornar mudo nesse cenário. Ainda podia ouvir seu coração embora, os dois corações que me observavam. Nenhum deles agitado, aquilo já era um ritual sagrado. Um treinamento, se preferir um nome mais leve. Toda criança tem que derramar sangue para se graduar aqui, comigo não serei diferente.
Ouço a primeira flecha cortar o ar, sua munição está se esgotando a cada segundo que deixamos passar. Sua respiração fora perfeita ao soltar, era um mestre em sua arte e, talvez, em outra vida, poderíamos ter uma conversa. Mas, nessa vida, só me resta mover meu corpo para direita e me esquivar.
Depois de tudo, depois dos corvos tentarem me matar, isso parece brincadeira de criança. Estou perto da parede, escuto a flecha entrar um pouco em seu metal. Eu teria um ou dois segundos de vantagem, um ou dois segundos para sujar minha lâmina com seu sangue. Porém, agora não era a hora. Apenas retirei, com cuidado, a flecha da parede e a segurei com firmeza.
Era a segunda chance dele. Um projétil ia contra mim, eu podia ouvir seu coração vacilar dessa vez. A ansiedade tomou conta de seu ser e o erro, como uma ardilosa serpente, aproveitou essa brecha. O que aconteceu em seguida fora fugaz, lancei sua própria flecha contra ele, as duas se chocaram e as duas, no centro de tudo, caíram.
Era esse o momento. Entretanto, meu corpo não ajudará. Era como uma máquina que precisava urgentemente de ajustes. Disparei-me em sua direção e saquei minha espada em um ato veloz. Podia ouvir sua respiração em dúvida, seus passos querendo ir mais para trás. Mas, tarde demais. Um corte e seu arco de madeira se desfaz em depois e, em um instante, minha lâmina está perante sua garganta.
- Mate-o, Jaavas. Dê a ele a honra de uma boa morte.
Ás vezes eu pensava que meu pai era um samurai disfarçado. Havia dúvida em mim, imagens de uma mulher dizendo suas moribundas palavras para mim enquanto - em uma cama luxuosa - seus olhos se fechavam e tinham a mim como o derradeiro brilho da vida que desesperadamente desejava capturar antes de alçar seu sono. Era o rosto de minha mãe, a ultima fotografia que eu tinha dele e isso me assombrava e me fazia hesitar. Naquele momento, naquele segundo eterno, a minha vida poderia se encerrar.  Então, voltando ao presente, recebi um chute antes que pudesse retornar a realidade, me encontrando com o chão frio que me apara. A flecha final na aljava do arqueiro era sacada e com suas próprias mãos teria minha garganta como alvo se uma espada, uma Katana, não tivesse o atravessado pelas costas. Mesmo fora de seu alcance, de seu beijo frio e metálico que pouco lembrava os lábios de minha mãe, eu sentia a sombra da morte me paquerando e por pouco não me levando com ela. Isso fazia meus ossos tremerem, o medo subir em minhas veias e o olhar de desgosto de meu pai me encarar antes de, com uma frase fria como a neve, acabar com toda essa cena como somente ele poderia terminar.
- Você não recebeu nem uma boa morte nem a glória. Mas, apesar de tudo, carrega meu nome.
Tirei a venda de meus olhos, tempo o suficiente para assistir ir embora.
...
A cor de meu clã é branco, queremos dizer que somos os mais puros de todos. Francamente, desde cedo, soube que isso era mentira. Deveríamos usar uma cor vermelha com orgulho pois, é ela que representa o tanto de  sangue que derramamos para chegar aqui na alta sociedade. Ainda estamos reconquistando influência, mas, os mais velhos ainda recordam de nosso nome.
Jaavas. Esse era um dia triste para qualquer um que carregue esse nome. Por isso, exclusivamente hoje, os tons de minha roupa mudaram. Eram escuros, indicava um luto que jamais iria sarar. Eu observava nosso retrato, antes disso se tornar nossa realidade. O sangue ainda era derramado sim, não éramos santos. Porém, até esse instante, algo além de crueldade e ganância nos unia.
O retrato estava perante mim, parecia algo de outro mundo. Meu pai estava sorridente, vestindo nosso tradicional traje branco com pingos de azul. Medalhas numerosas ocupavam o espaço de seu manto, todas polidas com esmero. Antes de minha existência, elas eram como sua prole, seu bebê. Um herói de guerra ele era, com o orgulho de seus atos estampado nas vestes.
Minha mãe se chamava Mai, era um nome ordinário para alguém que veio de uma família nobre. Pouco lembro sobre ela fora o fato de ser uma ninja talentosa e uma ótima mãe. Era tão letal com os outros quanto era boa comigo. No retrato ela também sorria ao lado de meu pai. Porquanto, de uma maneira mais tímida. Reservada.
Sobrava-me eu no centro, querendo desesperadamente imitar meu pai. Até minhas pequenas vestes eram clones, imitações baratas, das dele. Eu tinha meros quatro anos e, no auge de minha estupidez, ele era meu herói. Uma lágrima acanhada descia de meu rosto antes que o aroma forte de cigarro pudesse arruinar o momento. Ele prometeu parar com esse vício, e, por seis anos, conseguiu. Menos hoje, hoje não contava… Nunca contava.
- Chegou o momento de prestarmos as honras, não se atrase; filho.
Esse era o único dia que ele se permitia me chamar de filho, esse era o único dia que eu era permitido o chamar de King Jaavas.    
...
Era um dia nublado, nossos cabelos se molhavam. Meu pai, que se permitir fumar unicamente nesse dia, praguejava sobre como a natureza conspirava contra ele. Estamos no cemitério, desde que o regime sangrento voltou a vila, não se tem muito espaço para enterrar as pessoas. A maioria, na melhor das hipóteses, eram queimados. Isso quando não eram simplesmente descartados.
Ter um túmulo se tornou símbolo de riqueza. Apenas os melhores poderiam pagar para ter. Flores deixadas por entes queridos, eram murchas na chuva. Triste como a maioria só dar valor ao que tem, ao que pulsa com vida, quando perde. O Akagan, ao longo dos anos, abriu meus olhos quanto a isso. Mostrou-me como tudo está conectado.
Mesmo sendo um longo caminho, pai e filho não se falavam. Não havia nada a ser dito que nossos atos já não descem conta. Nossos passos eram lentos, esse momento não tinha pressa para ser feito. Ainda que na paz, em nossas costas, carregamos nossas lâminas. Uma mistura de tradição e cautela se misturavam no ar.
Porém, isso alterou-se. Nossas expressões deram adeus a neutralidade. Não para chorar sob uma lápide, não. A raiva nos consumia e as nossas lâminas, mesmo frias, sentiam, Haviam meia dúzia de ladrões de túmulos perante aos nossos. A audácia, que beirava a insanidade, movia seus atos. O destino deles fora selado no momento que nossos olhos se encontravam.
O caixão já haveria de ter sido desenterrado, as pás já foram deixadas de lado. Eles estavam felizes, banhados em ouro e joias antigas que lá repousavam. Todos carregavam espadas enferrujadas, tiradas, provavelmente, de algum samurai ancião que rodava por essas bandas. Mal nos percebiam, como o resto de meu clã, a ganância os consumia.
King puxará concomitante sua Katana com minha Tanto, era uma união improvável. Nossas lâminas, pela primeira vez em muito tempo, tinham um mesmo destino.
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Mensagem por Ilusionista Ter Nov 09, 2021 2:33 pm

Observações:

Jutsus e Equipamentos - King:

Inimigo de King (Usuário da Liberação de Calor) - Jutsus e Equipamentos:

Maquiavel - Equipamentos:

Oponente de Treinamento de Maquiavel - Equipamentos:

Filler Concluido
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Mensagem por Shinju Qua Nov 10, 2021 11:43 pm

Avaliação

Comentário: Este filler ficou muito bom, gostei de como desenvolveu king. O combate de King foi ótimo, mas sem a sua nota sobre ele estar "avaliando o oponente" teria ficado estranho, seria bom em fillers futuros tentar adicionar isso ao texto. Dado o combate de king e o velório de Mai, a parte mais específica de Maquiavel acabou ficando em segundo. A forma como descreveu todo o filler, emoções e sensações dos personagens foi ótima! Se tivesse dado mais atenção a isso o Filler certamente séria A, a impressão que fica é que o Filler foi mais sobre King do que sobre Maquiavel. Mesmo assim parabéns! Continue o bom trabalho e certamente os próximos passarão o rank A!
Recompensa: Rank B - 65xp, 1.000$ e 4 pontos de jutsu


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