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Mensagem por Shinju Seg Nov 15, 2021 2:22 am

Local: Kiri
Tempo: Passado - Sete anos no passado, Maquiavel tem cerca de dez anos. Acontece poucos dias após se recuperar de seu primeiro encontro com Asami Yamato.
Personagens: Maquiavel Jaavas
Tipo: Simples
Detalhes: Essa é a terceira e última parte de uma trilogia de Fillers que busca desenvolver e apresentar o relacionamento entre Maquiavel Jaavas e seu pai, King. Mostrando um pouco da infância do personagem principal (Maquiavel) no processo.


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Mensagem por Ilusionista Seg Nov 15, 2021 3:28 pm

União entre Pai e Filho: O Ritual (Parte Final)



Maquiavel POV

A calmaria estava nos corredores desta casa, nobre como o sangue que corre em minhas veias. Quadros e mais quadros, geração após geração. Rostos felizes e de branco vestido. Esse era o corredor que registrava nossa história, o sangue que derramamos para essa riqueza alcançar era sempre oculta por roupas elegantes e olhares simpáticos. A mentira coloca os trajes da verdade e sai pela cidade às claras.
Hoje, qualquer sentimento que eu tenha isso, não tem valor. Eu ando e vejo que as pinturas seguem um padrão, algo que eles nem sabem de onde veio mas, chamam de tradição. O homem, sempre com nossas vestes características, posando ao lado de sua esposa que deveria, por lei, ser bela e de linhagem pura. Houve fugas a regra, rebeldes, que foram esquecidos por nossa história. A honra desses infelizes foi maculada e a morte, a morte, era a única forma de salvá-la.
Foi me passado que isso foi certo, sempre será o correto. No alvorecer de minha infância, não me cabia questionar. Era melhor só aceitar. Os desenrolados eram enterrados em uma parte separada do cemitério, em uma parte destruída pelas lavas e corvos que ali habitavam. Aos quatro anos, no dia que conheço como hoje, foi a primeira vez que o visitava. Aqueles que tiveram sua alma jogada ao abismo, aqueles que nem o nome merecia ser mencionado.
Ainda me recordo de eu e meu pai, de preto sob uma chuva que se recusava a cessar. Nada, sua vida, iria a arrancar. Meus cabelos estavam molhados, o óculos que eu tanto usava por luxúria, pouco me servia. Sabia que queria ir embora, não queria gastar o meu tempo com os vivos olhando lápides carentes e com datas apagadas pelo tempo sem piedade.
- Não ouse sair sem meu comando, não ouse respirar sem uma ordem eu dar… Maquiavel, todos esses são seus parentes e seus nomes, seu bem mais precioso, de nada valeu contra o tempo.  - Sua voz era austera e seu olhar, frio, não se dava o trabalho nem de me encarar - O Esquecimento, ele é o destino mais cruel... Melhor ser visto como maligno do que como um esquecido.      
A memória se perdia em meus pensamentos, a realidade me urgia novamente.
...
O cheiro de peixe invadia minhas narinas, era saboroso comer algo que fugia da minha dieta de vitaminas. Esse era o bem, o único bem, que acontecia esse dia. Entretanto, silêncio nós fazíamos, nenhuma palavra tinha coragem de escapar de nossos lábios frios. Apenas uma sílaba e a heresia correria solta nessa casa.
Minhas mãos estavam unidas, uma reza muda se fazia. Ou, pelo menos, assim deveria. Eu preferia gastar esses poucos minutos de liberdade recordando de algo que jamais retornaria. Minha mãe, minha felicidade… A felicidade desta casa morta, entregue aos abutres que lá aguardava. Um dia nossos corpos iam apodrecer esse chão, o mesmo que estou sentado agora, será seu reino.
Poucas coisas embora, eu tinha para me apegar. Poucos momentos existiam e aqueles que essa sorte tinham logo, eram levados pelos ventos do outono. Às vezes eu me pegava fantasiado como uma criança de quatro anos, imaginando que ela estaria aqui ao lado. Que o calor que eu sentia não seria da carne em meus lábios mas, de suas mãos me tocando.
Será que ela gostaria do que me tornei? Do que nós tornamos?
- Maquiavel, coma. Não iremos quebrar esse ritual depois de sete anos sem falha, sem erro.
Minha macabra paz tinha hora marcada. Eu o observo, sua boca pálida já estava cheia. Nossas faces eram irritantemente semelhantes, um reflexo de um espelho quebrado. Eu queria dizer o quanto isso me consumia porém, nenhuma palavra nascia e o silêncio se mantia. De maneira cortês, aceno com minha cabeça em vergonha.
Dou uma mordida em um pedaço desse peixe, o seu calor reconfortante bate em meus lábios. Um dos poucos que eu sentia desde sua morte, desde sua derradeira respiração… Mãe. O destino deveria ter poupado você, o levado em seu lugar. Queria que não estivessem aqui, ajoelhados ao chão e diante de uma mesa de madeira, sendo encarados pelo olhar de nosso retrato de família. Éramos muito orgulhosos para admitir, portanto, era um placebo… Uma tentativa tola de negar sua ida permanente.
Esses olhos frios jamais se igualará aos teus. Em meio ao pensamento, em meio a mordidas sem sentimento, via meu pai se lavar e, de voz muda, chorar. Ás lágrimas desciam de seu rosto de maneira acanhada, quase como se sua mera existência fosse um crime a ser castigado. Ali está, por menos de um minuto, a casca dura de meu pai quebrada e com ela nascia as palavras, os fatos, que me foram proibidos.
- Filho, sua mãe era uma ninja mortal porém, seu sangue não era digno de nosso nome. Ainda sim, casei com ela… Ainda sim, matei aqueles que estavam em nosso caminho. - Sua voz não vacilava, apesar dos sentimentos, o tom era quase tão frio quanto a pele de um cadáver. - É melhor vencer pela abundância, pelo extremo, do que pecar por ser leve demais.
Depois de me filtrar, de forma fugaz, com seu olhar ele não ficaria para assistir minha reação, minha confusão. Apenas me presenteava com uma ordem enquanto sai, em passos lentos, do corredor.
- Encontre-me na sala de treinamento em dois minutos.  
...
Houve uma dança de lâminas na escuridão, nossas espadas se batiam de maneira suave quase disfarçando que essa interação tinha a morte como princípio e epílogo. Aquilo havia certa beleza, certo esmero que se perdeu nessa revolução da ciência. Aos poucos, a arte; a magia, estava se perdendo para a tecnologia.
- O que achou da senhorita Yamato? - Diz King enquanto pressionava sua Katana contra minha Tanto, sua força era tamanha que minhas mãos começavam a arder… A doer.
- Esperta, servirá aos planos. - Rebato seus golpes com precisão, a espada escorre, aos poucos, de meus dedos - Vai ser simples conseguir a amizade dela e, com paciência, ela verá a nossa causa com bons olhos.

- Como pretende fazer isso se nem sua arma confia em você?
Uma batida e a minha Tanto escapa de minhas mãos. Eu estava cansado, muitas coisas aconteceram nos pequenos minutos que se davam. Meu corpo se esgota, faz o possível para escapar dos gostos da lâmina de meu pai. Ele podia não mostrar, sua face era velha demais para o trair porém, a raiva e tristeza governava o fio afiado de sua espada.
Com um gesto e ele faz seus corvos apagarem a luz dessa sala, tornando-a uma verdadeira sala escura. Meus olhos vermelhos podiam sentir a vida de meu pai pulsando de seu corpo. Seu coração já não era mais sereno, era uma pura tormenta. Ele andava lentamente, sua lâmina desejava ser banhado de sangue novamente...De sangue de seu próprio clã.
Se ele realmente desejava, eu morto estaria. Mal teria tempo de aplicar essa ilusão. Ele via vinhas nascerem da terra e, mesmo assim, de nada fazia. Não os tentava dissipar, não buscava correr. Apenas era como se deixasse envolver por ela, sentia-a apertando seus braços e pernas e, no fim dessa ópera, recusava-se a ecoar uma palavra.
Ao alto, nesse instante, estava. Sua Katana já haveria de tê-lo deixado. Estava caída aos meus pés e, por um segundo, a vitória também.
Entretanto, um ilusionista pode ser vítima de seus próprios feitiços. Ironia há de me cercava e, em um mero momento, os papéis se inverteram. Ele, King, estava aos pés de sua espada e eu, o jovem tolo, sufocado pelas vinhas que eu tanto confiei em primeiro lugar. Por um sutil minuto as sentir apertando meu pescoço com tamanha força que, através de sua raiva, poderia se tornar seu mais novo cadáver em exposição.
- Arranje truques novos, criança.. - Pronunciava ele enquanto recuperava sua Katana com esmero e serenidade Ele me via cercada pelas cordas, com um misto de decepção e previsibilidade em seu olhar. Ele brincava contra o ar com sua lâmina, quando tivesse matando o tempo enquanto esperava minha reação. Ele desenhava movimentos lindos com sua espada, inumanamente precisos. A medida que ele os fazia, os concebia nesse mundo, as vinhas que ele jogou contra mim apertavam minhas mãos até que suas palmas fossem tomadas e afogadas por uma vermelhidão sem fim. Uma dor que fazia ranger meus dentes também a acompanhavam. Entretanto, nada se compara a vinha em torno de meu pescoço: ela apertava minha carne com tanto gosto que o ar começa a escapar de meus pulmões e minha visão se tornar turva. Estava sufocando, a beira das portas da morte. Do esquecimento que ele tanto me advertiu.  - Se livre disso por conta própria, garoto ou será enterrado aonde só os abutres se importam. Se livre disso ou morra.
De visão turva, mal poderia dizer que estou vendo meu algoz realmente, apenas um borrão distorcido. Era quase como se eu estivesse sem óculos, só que muito pior. As palavras que ele disse, elas pareciam muito concertas. Não havia mentira nelas, nem pingos doces de eufemismo. King iria me descartar ali mesmo, como um peão entre tantos outros. Enquanto as cordas roíam meus pulsos até somente carne viva restar, posso lhe garantir, saber essa verdade (tomar conta da sua insignificância perante seu pai) doía mil vezes mais. Era uma agonia, uma angustia, que vai para além da pele e nenhum remédio pode acalmar. Era como ter lança permanentemente fincada em seu coração.
King não se importava em saber como eu estava, se eu sentisse raiva ou tristeza não fazia diferença, as duas são boas gasolinas para te manter vivo ele diria. Pessoalmente, eu sentia um pouco dos dois. Sentia o gosto agridoce que eles traziam esses lábios que lutavam por um ar que nunca os veria como seu destino. King apenas comandava suas vinhas com um gesto banal de sua mão, fazendo-as cortar cada vez mais fundo meu pescoço e jorrar sangue diante esse chão imaculado. Meu sangue. A perda dele estava se dando em rápida velocidade, o vermelho não perdia chance de criar sua pequena poça (seu pequeno reino) em baixo de mim. Sentia ela indo embora, meu sangue, ralando de meu pescoço quente para um solo frio e sem vida. Com ele, com seu adeus, a minha consciência estava para fazer as malas. Era hora de adormecer, o derradeiro adormecer.
Sufocado, estrangulado pelas cordas da natureza, meus pulmões ardiam em seu próprio sofrimento e angustia lutando para sobreviver. Lutando para conseguir um mero segundo de ar a mais, um mero instante  nessa terra a mais. Porém, cansado e ardendo como só o inferno pode se comparar, eles cessaram. Nesse momento, eu já estava na escuridão completa. Na corda bamba entre o mundo dos vivos e dos mortos. No primeiro segundo nesse abismo havia paz, a dor não mais existia. Era sedutor ficar lá, em um canto no universo onde a voz de King não me assombrassem. Poderia ser eu lá, talvez, até livre... Bastava não ir contra a maré, aceitar meu destino. Era errado querer isso? Querer ser humano... Apenas humano.
Porém, algo impediu que meu corpo cansado e traumatizado fosse puxado por ela. Era a minha mãe. Estava sorrindo para mim mesmo que ao meu redor só houvesse escuridão. Vê-la devia me encher, me embriagar, da mais pura alegria. Mas não era isso que acontecia. Eu virava meu rosto em vergonha, recusando a encará-la. Estava sendo consumido pela dúvida de que ela pode não gostar o que me tornei. No que me tornei, nessa coisa. A dúvida me consumia como um ácido que corroía tudo de dentro para fora. Mai, entretanto, tocou-me com seus dedos amenos e olhou meus olhos... Sorri, me deixando um ultimo lembrete. Um ultimo pedido ela me fazia.
- Não desista, ainda há muito para viver... Nem tudo é escuridão, prometo. Apenas lute, meu querido filho.  
Essas palavras me acordaram, como se fosse uma adrenalina aplicada diretamente em meu coração, estava aqui novamente. As vinhas ainda doíam, ainda me sufocavam e me tinham como refém, porém agora minha alma se recusava a se ajoelhar. Uma determinação incomum queimava em chamas que tomavam meu corpo como se fossem um só. As palavras da minha mãe ecoavam em meu crânio, me dava a gasolina necessária para o próximo ato. A confiança. Meus dentes seguram meus lábios, os mastigando como uma besta selvagem. Mastigando-os com cada vez mais força, peso, até que um pedaço de um dos lábios é arrancando com meus dentes e cuspido a toda. A dor era tanta, me fazia gritar até minhas cordas vocais se desgastarem e arderem. Porém, a dor fazia seu papel, me livrava dessa ilusão.          
- É o suficiente. - King dizia secamente enquanto me acompanhava com seus olhos de ébano ágeis cair no chão, me contorcendo de dor e choque.- Se gostou tanto dela, ficará feliz em saber que, na reunião que estive com o clã Yamato, prometemos um ao outro... A influência deles ajudará em nossa missão.
- Tudo bem. - Dizia timidamente enquanto, aos poucos, minha ilusão se desfazia. Marcas de agressão, cicatrizes, na pele repousaram.
A porta se abria e meu pai me abandonaria. Deixava-me em silêncio, ciente que isso, essa tal liberdade, nunca havia me visitado.

...

Eu disse ao meu pai que estava tudo bem, tudo vale pelo sucesso de nossa cruzada, era isso que ele me dizia sempre que o tempo era gentil e o permitia colocar-me para dormir. Um homem como ele, um homem que não se deixará curvar pelas areias do tempo, pouco de sua atenção tinha para me oferecer. Eu entendia, entendia como apenas seu próprio sangue poderia. Mas, no cintilar da lua, a verdade há de se rebater por além de suas amarras.
Sentado estou, desfrutando do melhor que o dinheiro pode alcançar. Aqui, em Kiri, o nome de meu clã vale mais do que meus próprios atos. Minhas escolhas. A cama que toca as nuvens, o espaço exageradamente grande de meu quarto, eu não tinha nada pelo que reclamar. Inferno, só de pensar nisso eu deveria está queimando sob a luz de uma fogueira agora. No desfecho das estrelas, nada era o suficiente. Nada poderia silenciar minha cabeça.
A cama onde estou, tem lençóis da cor de minhas vestes de clérigo e partilha da mesma hipocrisia visual. Está amarrado a mesma mentira, a uma dita pureza que nasceu de fogo e sangue. Ilusão. Era isso que sou no fim do dia, um mestre na arte do engano perdido em suas próprias histórias. Trágico pois, justamente quando mais precisava, a máscara tratou de se quebrar em mil pedaços. Fragmentos. Fragmentos pequenos demais para tocar e escassos demais para uma fita adesiva qualquer salvar.
Quem estou tentando enganar? Minhas palavras, meu “Tudo Bem” pouco se importava com meu pai. Ao desfecho do dia, sobrava elas o ingrato dever de me confortar. Convencer a mim mesmo. Minhas mãos estão ociosas, perdidas nas ondas de seu próprio suor. Eu era bem teimoso, cheio de vontades que morreria antes de admitir. Essa era apenas mais uma delas, uma estúpida o suficiente para bater sua carne contra as correntes.
Diante de meu silêncio, de meus lábios que se recusam a viver, o meu olhar se abre para uma rebeldia fugaz. Um instante que câmera alguma podia capturar, confinar. Sentia algo rolando pelo meu rosto, um toque áspero em meio a uma face sem vida. Um segundo que me dizia está vivo. Era uma lágrima, uma pequena gota que chovia e colocava minhas correntes em xeque. Coçando em minhas amarras, ousava em escapar pelos buracos em branco.
A garganta queima, ainda que obediente a sua mordaça, ela doía e sentia como meu coração deveria mas não podia. Desde que me entendo como gente, desejo era apenas uma palavra entre muitas no dicionário. Banal. Mesmo assim, a casca dura não esconde suas raízes confusas. O suor, o batimento louco, denunciava a heresia que caminhava livre em minha carne. Dedos meus estavam apertado meu crânio, querendo sufocar a voz que nem ao menos sabia que existia. O desejo, o instinto, que me traia.  
- Desculpe, pai… Desculpe por ser uma desgraça ao vosso nome.

- Céus, tanta auto piedade para uma pessoa só. - Izumi, em suas vestes vermelhas e cabelo rosa longa, dizia essas palavras com com um sorriso zombeteiro em seu rosto. Seus olhos brilhavam, sempre esperando que eu ficasse sem jeito. Ela adorava isso. Não, não de uma forma maldosa. Nos crescemos sob o mesmo teto por um tempo, acho que ela nos ver como uma espécie de irmãos. Mais precisamente, Izumi seria como minha irmã mais velha. Aquela que tira sarro de você sempre que a chance surge mas, na verdade, ti ama. Raramente reajo as provocações dela, entretanto, foi diferente dessa vez. Nem a olhei, apenas estava assistindo o chão. Parado, revendo tudo que recentemente aconteceu nesse dia, revendo até não ter espaço para mais nada na minha mente. Mergulhando nisso, de olhar vidrado, a garota preocupada começa dar alguns passos em minha direção. - Você não é uma vergonha para seu nome... É um menino inteligente, o próximo Itachi em Ilusões. Para de ser bobo, irmão. Você é demais.  
Ela esboça um sorriso, sei que ela está falando o que acredita ser verdade. Isso aquece meu coração, só não o bastante. Acho que nunca será o bastante. Tenho um vazio desde que minha mãe morreu, um vazio que constante fatia meu peito mesmo no silêncio e na solidão absoluta. Agora, depois de quase morto em um treinamento qualquer, tenho uma visão de minha mãe. Isso não pode ser real, pode? Estou confusão, minha cabeça dói de tanto devaneio. Estou afogado, sufocado mais uma vez mas, não por vinhas... Não. Por pensamentos, por mim próprio em demasia. Os olhos de verdes de Izumi são astutos, ela logo percebe minha dor e, no segundo seguinte, senta eu meu lado na cama. Eu prefiro a solidão, mas ela é teimosa demais para me escutar. Não me deixaria sozinho, custe o que custar, ela ficará ao meu lado.
- Você é médica, Izumi. Pessoas em experiência de quase morte podem ter visões daquilo que já se foi, certo? - Falava, de meu jeito travado, sussurrando, alguns acham estranhos. Ela também acha, mas já está acostumada. Antes que eu me desse conta, ela já estava colocando as mãos delicadamente (e com extrema precisão) em meu rosto e, quando elas assumem uma cor esverdeada idem ao de seus olhos, a parte do lábio que machuquei se cicatriza. Sou tomado por uma agonia, uma dualidade, em meus pensamentos. Detesto essa proximidade humana, não a suporto mas, ao mesmo tempo, seu toque - seus dedos em meu rosto - são quentes. Quase lembram a mamãe e isso, isso, me traz boas lembranças.
- Que pergunta mais especifica... King anda pegando pesado nos treinos né? Mas sim, quando morremos ou estamos em uma experiência de quase morte, nosso cérebro é enchido com a mesma substância que "faz" os sonhos. Ao morreremos, todos vamos sonhar. Sonhar como nunca antes. - Izumi termina o serviço de me curar, de cuidar de mim mesmo quando não peço. Antes de se levantar, ela bagunça meu cabelo gentilmente com uma de suas mãos e deixa uma mensagem gentil para meus ouvidos engolidos em solidão. - Cientificamente, garanto que quem ou o que você viu lá foi só um sonho mas, se a duvida persistir, fale da experiência com seu pai... Ninguém entende de vida e morte melhor que ele. Essa é a verdade.  
Izumi dar um soco leve em meu ombro, um soco de disperdida, antes de sorrir uma ultima vez e sair. Me deixando sozinho com meus pensamentos mais uma vez.
...

King POV

- Então, a criança Yamato não respondeu tão bem… Ela tentou tirar a própria vida, tola a não perceber o favor que lhe foi feito. Avisei mestre, apostar suas moedas neles era uma perda de tempo. - Ebern, o jovem de cabelos dourados, era educado como um bom peão. Uma peça submersa em sua própria inveja, sufocada por suas ambições rasas. A voz podia ser sedosa, ímpar como um cavaleiro de outra era mas, isso não passava de uma armadura bem polida. Reluzente. - Se eles falharem, estou aqui para aceitar o preço. Fazer o sacrifício seria uma honra; meu senhor.
- Ela ainda é uma flor no seu princípio, não importa se aquele “culto ao Demônio” a caçou por toda vida… Ainda é escrava de seus desejos, de sua emoção fugaz. Uma existência longe de sua grandeza. - Exclamava sem rodeios, frio como apenas uma cadáver podia ousar a se fazer. De maneira delicada, ponho o telefone a descansar em seu próprio canto. Meu olhar, negro como ébano, encarava “meu Corvo” de uma forma mista entre terror e serenidade. Porém, para os mais sábios, uma fina camada de ira se vestia na sombra de minha íris. - Tenha paciência, o peso de ser o futuro da casa não cabe em seus ombros. De fato, eles sairiam quebrados… Um conselho, não se iluda achando o contrário. Te criei para ser um corvo e estou há receber mais um tolo.
- Perdoe-me mestre, estou em devaneio intenso esses dias… - Ele se ajoelhava diante meu olhar, uma cabeça baixa que sonhava em acender meu tolo. Já tinha visto como ele, matei todos que fizeram frente. Sutil, minha atenção estava voltado a um amuleto triangular repousado na mesa ao lado. A hora se aproximava, a voz Dele haveria de me clamar logo. - Não é cruel demais, promete-los tão cedo um ao outro? Definir seus dias antes que tenham chance de experimentar o gosto de está vivo? Não parece que estou diante do homem que travou uma carnificina em nome de sua amada.
- Amor… O que entende disso, Ebern? Para você e para aquele que carrega meu sangue, não passava de uma palavra que ilustra as melhores poesias do mundo. - Anunciava no tom frio de sempre, não perdendo tempo em desgastar meu olhar com esse servo. Meus dedos, porém, são traiçoeiros. Espertos, sufocam o amuleto como se o amanhã fosse apenas um sonho. Um devaneio. Desesperados em um instante perdido, falavam aquilo de mais proibido existia. - Estou dando Maquiavel a chance de sentir aquilo que um dia descansou em meus braços, aquilo que está além do bem e do mal. Você… Você está fadado ao sonho eterno, sem nunca poder provar desse doce néctar. Sinto muito.
Ouço algo se quebrado e um par de olhos vermelhos correndo ao abraço da noite. O jovem cavaleiro de cabelos dourados sorria de canto de boca, divertindo-se com a sombra de um futuro que se aproximava sem fazer cerimônia. Apenas observei a porta, um pouco aberta, se fechar diante do desejo da natureza. Um vento fria nascia contra meus cabelos, o emissário da promessa.
- Será que ele ouviu muito? Seu filho pode ser bastante “rebelde” uma vez ou outra… Pergunto se pegou muito leve com ele, alteza. - Ebern se voltava a mim, havia um misto de provocação e esperança em suas breves, mas eternas, palavras. Ter ele ao lado é o mesmo que ter um cobra em seu ouvido, a todo momento existe o perigo da mordida. Entretanto, não posso negar, era justamente esse perigo que me mantém vivo.
- Por favor, feche a porta… Já adiei muito o Ritual, Ele não gosta disso. - Sorrio discretamente antes de colocar o amuleto formado por um circulo e dentro dele um triangulo investido em meu pescoço.      
...


Observações:

Maquiavel - Jutsus e Equipamentos:

Jutsus e Equipamentos - King:

Izumi - Jutsus:
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Mensagem por Shinju Qui Nov 18, 2021 7:30 pm

Avaliação

Comentário: O filler foi bom, as cenas inacabadas propositalmente criam um ar de mistério enquanto entregam boas reflexões e informações sobre os personagens. King é um personagem muito interessante, Izumi e Ebern estão mostrando um pouco as caras. Você esta conseguindo criar um ótimo background para Maquiavel, parabéns!
Recompensa: Rank C - 40xp, 500$ e 2 pontos de jutsu
[hide]Técnica de espada - Intermediário (Em praticamente todo filler Maquiavel está com espadas, seria bizarro se ele não tivesse um entendimento bom nisso ^^)


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